No primeiro dia do Digital Series Indústria, os painelistas discutiram a importância da conectividade e do uso inteligente de dados para aprimorar a eficiência
São Paulo, junho de 2021 – Promovido pela plataforma de negócios Futurecom, o Digital Series Indústria, que será realizado até o dia 2 de junho, contou em sua abertura, nesta segunda-feira, com a participação de José Gontijo, diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital da Secretaria de Empreendedorismo e Inovação (SEMPI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, MCTI, e com Bruno Jorge, head de Indústria 4.0 da EBDI. Com a mediação de Hermano Pinto, diretor do Portfólio de Infraestrutura e Tecnologia da Informa Markets, os painelistas abordaram como a tecnologia pode transformar o setor, especialmente em um mercado mais complexo e impactado pela pandemia.
“Não existe país desenvolvido sem indústria desenvolvida. Os tempos de respostas precisam ser mais rápidos, o que vai demandar do mercado mais tecnologias transformadoras e resiliência”, afirma Hermano. Segundo ele, um estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que dos 24 setores industriais do Brasil, 14 estão atrasados na adoção de tecnologias digitais.
Para fomentar o levantamento de dados que possam auxiliar na tomada de decisões dos executivos, o MCTI tem trabalhado na criação de câmaras para nutrir um ambiente de colaboração entre a indústria, a academia e outros ministérios, como o de Economia. O objetivo é gerar tecnologias e competências que elevem a eficiência e o patamar produtivo da indústria brasileira, garantindo mais competitividade.
De acordo com José Gontijo, o MCTI tem um longo histórico de parceria com a EBDI, que busca informações detalhadas sobre casos de uso e de sucesso envolvendo novas tecnologias, como 5G, automação robótica, inteligência artificial, utilização de sensores em projetos de IoT, para demonstrar os resultados que poderão ser obtidos com a implementação das soluções.
“Os executivos do setor industrial precisam de informações reais e detalhadas sobre o uso da tecnologia e como se aplica ao negócio. Não basta falar de tendência, mas comprovar o ROI de sua utilização”, reforça Bruno Jorge, ao destacar que o principal objetivo da EBDI é gerar subsídios que possam contribuir na decisão das empresas e na implementação de políticas públicas. “A inteligência é o core da Indústria 4.0. Atuamos como um laboratório e desenvolvemos projetos-piloto de iniciativas que consideramos inovadoras.”
Atualmente, existe um acordo de cooperação entre a EBDI e a Anatel em três áreas: Agro, Cidades e Manufatura. “O 5G vai viabilizar um novo modelo de operação no setor de telecomunicações. Se o 4G era baseado no tráfego de voz e dados, a tecnologia de quinta geração estará focada no tráfego de dados entre coisas, no modelo network as a service”, diz o head de Indústria 4.0 da EBDI.
O mercado de Internet das Coisas (IoT) está em franco crescimento, especialmente no segmento industrial. A previsão é de que movimente até 2025 cerca de 110 bilhões de dólares. O Digital Series levou ao debate o tema “IIoT – Captação e Uso Inteligente de Dados Aprimorando a Eficiência”, que reuniu as participações de Vanessa Vieira, CTO da Ericsson; de Carlos Nazareth Marins, diretor da Inatel; de Maurício Baleeiro, head de Development Engineer da Embraer; e de Simone Okudi, CIO da Stanley Black+Decker Inc. O painel contou com moderação de Paulo Spacca, presidente da Associação Brasileira de Internet das Coisas (Abinc).
Entre as várias experiências, Baleeiro destacou a plataforma de IoT que a Embraer tem desenvolvido com base no programa da indústria 4.0, com objetivo de realizar um monitoramento em tempo real de todos os equipamentos e ativos críticos da companhia, integrando todos os dados em um grande ecossistema. Já Vanessa Vieira, CTO da Ericsson, enfatizou que o 5G, que logo entrará em nossos dias, não será mais um ‘G’ e sim um agente transformador que trará impactos ainda maiores no campo industrial, onde IoT já vem acontecendo efetivamente. “Em breve, teremos mais coisas que pessoas conectadas, tamanha a velocidade e evolução da conectividade”. E destaca também como as aplicações vão necessitar de mais conectividade para ativar a precisão que o mercado requer. Vanessa cita um dos casos de sucesso da Ericsson, com implementação de IoT em hélices de turbinas com controle e monitoramento em real time, gerando um significativo aumento produtivo e sincronismos precisos, reduzindo perdas de peças.
Sinalizando a importância do IoT na indústria, Carlos Nazareth Marins, da Inatel, que apoia soluções para o mercado brasileiro, trouxe dados que apontam resultados surpreendentes. “Na Indústria, por exemplo, pode chegar a ganhos da ordem de 10 vezes, ou seja, de cada 1 dólar investido, há um retorno de 10 dólares na automatização e transformação digital do processo”. Desmitificando o 5G, chamado de ‘redes das redes’, Marins destaca aspectos importantes do 5G, como aumento significativo na taxa de captação de dados, com nível de precisão, possibilidade de conectar vários elementos e aplicações na mesma rede e a questão da latência. “A sincronicidade entre as máquinas gera agilidade e precisão, além de permitir integração de todo o processo”, afirma Marins.
O desafio da interoperabilidade também esteve no cerne do rico debate deste primeiro dia do Digital Series, bem pontuado pela CIO da Stanley Black+Decker Inc., Simone Okudi, que incluiu outras frentes igualmente importantes como a segurança, com destaque para a criptografia e autenticidade dos dados, É fundamental que os sistemas conversem entre si e para tanto a integração de dados de origens diversas, assim como os padrões heterogêneos precisam ser pensados e colocados nos processos produtivos e criar adaptações para manter a homogeneidade das informações. Por fim, todos concordaram que para tudo isso acontecer e ter um bom desenvolvimento é essencial ter um olhar voltado para a formação e capacitação profissional da mão de obra para esse novo mundo que surge com a tecnologia de quinta geração.
Rastreamento
As possibilidades de uso inteligente de dados para tomadas de decisões aumentam quando os sistemas de autodiagnóstico em veículos e máquinas são bem aplicados. Em seu painel “Solução inteligente de rastreamento OBD para frotas e indústria”, Alexandre Lin, executivo de desenvolvimento de negócios da China Mobile, expôs como a empresa conseguiu suprir a necessidade de uma empresa do Sudeste Asiático que precisa rastrear uma frota de 10 mil veículos por meio de soluções fim a fim com o protocolo da tecnologia On-Board Diagnostic II (OBD). Muito aplicada pela indústria automobilística, OBD II possibilita aos veículos permanecerem conectados o tempo todo e fornece informações diagnósticas aos controladores de frotas, tais como velocidade do veículo rastreado, nível de combustível, códigos de erros que eventualmente aconteçam no sistema do veículo, consumo de combustível, pressão dos pneus, além de apontar possíveis falhas e defeitos mecânicos para evitar quebras no percurso e promover economia em manutenção.
Não é só para manutenção preventiva que a China Mobile aproveita o OBD II na gestão e rastreamento de frotas. As rotas e o comportamento dos condutores dos veículos também são monitorados pelo sistema, que envia os dados – detecção de risco de acidente por alta velocidade, por exemplo – por meio de uma plataforma multicloud ao portal do cliente. Assim, os administradores da frota podem tomar as providências necessárias. Tudo online, graças à cobertura da rede global da China Mobile. O caso se enquadra no uso das redes móveis para proporcionar o IoT. No Brasil, a operadora tem parceria com TIM, Vivo, Claro e Oi. A solução funciona automaticamente onde a rede das operadoras parceiras tiver o sinal mais forte.
Na apresentação do business case “Conectando as aplicações da Indústria 4.0 com redes 4G e 5G, o VP da Ericsson, Murilo Barbosa, promoveu um rico debate com Raphael Haddad, head para Digital em Indústrias de Processo da ABB Brasil. Barbosa reiterou a importância da conectividade trazendo dados levantados pela Ericsson, líder mundial em 5G, costurando todos os temas discutidos durante as mais de duas horas de painéis deste primeiro dia. “Teremos aproximadamente 27 bilhões de devices conectados até 2026. Dentre eles, entre 4 e 5 bi são conexões sem fio nas industrias inteligentes. O volume de conexões é extremamente grande e a conectividade vai permitir a interação entre pessoas e coisas de forma mais eficiente.”
Segundo Haddad, a união da automação com a conectividade vai melhorar a disponibilidade de energia, tornando o sistema mais robusto. “Essa é a chave para utilizar a tecnologia pelo bem do país”. Para Murilo, a economia brasileira tem muito a ganhar com a aplicação das pesquisas e conhecimento gerado pela própria indústria. “Dados da ABDI mostram que aplicações do conceito de Indústria 4.0 podem reduzir custos da ordem de R$ 73 bilhões ao ano para o Brasil – valor que pode ser reinvestido na própria indústria.”
Próximos debates Nesta terça-feira, o evento trará para o debate o “5G acelerando a indústria 4.0”. Hermano Pinto e Ari Lopes, sênior Research Manager, Americas Markets OMDIA. A estrela do ano (5G) segue brilhando no painel ‘5G e Mobile Edge Computing – Adicionando uma nova camada de Digitalização pela Internet das Coisas (IoT)’ e ‘Cloud & Edge Computing – Estimulando a Indústria 4.0 e Escalonando Negócios’. Este último será moderado por Jamile Sabatini, diretora de Inovação e Fomento da Associação Brasileira de Softwares (ABES), com participação de Jorge Stakowiak, diretor de TI Infraestrutura e Operações de Tecnologia da Natura & Co; de Alessandro Malucelli, Industrial Engineering Senior Manager da Whirlpool; e Eduardo Ungaretti, IT l Manager Enterprise Architecture, IT Infrastructure & Cybersecurity da Mercedes-Benz.
‘5G Acelerando a Indústria 4.0’ e ‘Inteligência Artificial (IA) na Indústria 4.0 – Transformando Produtos e Serviços, Gerando Novos Negócios’ dominarão o debate do último dia (2 de junho), com a presença confirmada de Angelo Figaro, CIO da Renault Nissan Mitsubishi; e moderação de Pablo Valle, coordenador da pós em Indústria 4.0 da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O business case do dia terá como tema ‘Dados baseados em IA no Processo Industrial’. Já Mariana Candido, head de Marketing e Estratégia – Enterprise Business da China Mobile, apresentará o caso “Plataforma de gerenciamento inteligente multi-cloud híbrida para a indústria”.
Para participar do Digital Series, basta acessar este link, se cadastrar ou entrar em sua conta já cadastrada usando seu login e senha. Prestigiam o Digital Series marcas patrocinadoras das seguintes empresas: China Mobile, Ericsson, Furukawa e Inatel.
ANOTE EM SUA AGENDADigital Series IndústriaDias: De 31 de maio a 2 de junhoHorário: A partir das14hInscrições: https://bit.ly/3dCKdTF
Sobre o Futurecom – https://www.futurecom.com.br/pt/plataformadenegocios.html
O Futurecom é a plataforma de negócios que impulsiona o ecossistema de tecnologia e telecomunicações, apresentando soluções para o seu negócio, por meio de conexões de comunidades, relacionamentos e conteúdo de qualidade em todos os ambientes: digital, físico e simultaneamente. O Futurecom conta hoje com uma base de dados qualificada, com mais de 151 mil contatos de profissionais do setor e diversos canais, como plataforma digital, website, redes sociais e um portal de conteúdo exclusivo. Futurecom é o parceiro estratégico ideal para promover marcas, lançar produtos, gerar leads qualificados e realizar ações personalizadas para obtenção de um melhor retorno de investimento, com mais foco e assertividade.
Assessoria de Imprensa
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