Por Matheus Neto, Gerente de Soluções de Hardware da Diebold Nixdorf
Quando os primeiros caixas eletrônicos chegaram ao Brasil, no início dos anos 1980, a grande novidade era a possibilidade de retirar dinheiro ou emitir um extrato de forma automatizada. De lá para cá, evidentemente, muita coisa mudou. Embora para muitos sacar ou depositar moeda em espécie continue sendo a grande função desses equipamentos, a verdade é que os ATMs (sigla em inglês de Automatic Teller Machines) podem e devem ir muito mais além. Hoje, essas máquinas já são verdadeiras agências bancárias digitais, com mil e uma utilidades. E o melhor: estamos apenas no começo de uma nova era nessa indústria fundamental.
Por exemplo: esqueça as máquinas que ocupavam grandes áreas e dependiam de uma enorme rede de processos manuais – para contar, retirar ou abastecer as caixas com dinheiro em espécie. Agora, a realidade é outra, com terminais mais inteligentes, adaptáveis e principalmente conectados, estamos caminhando para um ambiente em que a experiência dos clientes (e dos próprios bancos) será muito mais fluída, prática e ágil.
A jornada de inovação dos ATMs está plenamente em acordo com a necessidade de transformação digital enfrentada pelas instituições financeiras. Não por acaso, dados da mais recente pesquisa divulgada pela Febraban destaca o aumento nos investimentos em TI, digitalização e novas formas de atendimento aos clientes. Segundo o estudo, o volume investido pelos bancos em 2020 é 8% superior ao montante aplicado no ano anterior – e 38% mais do que em 2016.
Vale destacar que essa marcha de evolução não está acontecendo apenas agora, ou por conta da pandemia. Nestes últimos quarenta anos, os caixas eletrônicos foram ganhando uma série de recursos e ferramentas para tornar o uso das máquinas mais seguro, fácil e completo. Isso inclui pontos como a leitura de cartões magnéticos, solicitação de pins especiais, adoção de chips, criptografia avançada, monitoramento remoto, biometria e muito mais.
Neste processo, um dos passos mais recentes e importantes é a adoção dos recicladores de notas. Essa é uma inovação que nem sempre está visível aos consumidores, mas que foi fundamental para proporcionar mais agilidade às operações. Antes, para as transações de depósito, as máquinas operavam por meio do uso de envelopes e isso fazia com que as notas ficassem bloqueadas por muito tempo dentro do terminal, até que uma pessoa fizesse as interações manualmente. Agora, no entanto, as notas são inseridas diretamente no ATM, são contadas e lançadas automaticamente nos sistemas e, principalmente, ficam à disposição para outras transações, reduzindo a necessidade de dinheiro em circulação através dos carros fortes e de logística para reabastecimento dos terminais, contribuindo para uma melhora no trânsito e consequentemente reduzindo a emissão de carbono por conta da redução de circulação dos carros fortes.
São inovações como essas que ajudaram a manter os caixas eletrônicos em evidência até aqui. Mas como dito anteriormente, é possível dizer que estamos, agora, entrando em um novo capítulo desta história, com uma verdadeira revolução no modo como utilizaremos os terminais de autoatendimento bancário. Com a inclusão de recursos baseados em Inteligência Artificial, Automação de Processos, Machine Learning e Internet das Coisas (IoT), os terminais permitirão uma experiência mais integrada, eficiente e personalizada aos consumidores, oferecendo assim o mix certo de serviços para cada perfil.
Isso é especialmente relevante em países como o Brasil. Em uma sociedade ainda bastante dependente da circulação de dinheiro em espécie, mas ao mesmo tempo cada vez mais conectada, com bancos agora 100% digitais, a utilização de ATMs inteligentes será certamente fundamental para permitir a inclusão das pessoas na economia que se apresenta para o futuro.
A presença desses caixas automáticos de nova geração significa a oportunidade para atendermos necessidades latentes, seja para reaproximar as pessoas que já aderiram às operações on-line como para permitir o acesso a quem ainda prefere ou precisa usar o papel moeda como foco de suas transações. Temos de nos lembrar que pelo menos um quarto da população brasileira não possui contas em bancos, mas movimentam também bilhões de reais todos os anos.
É importante que a evolução dos caixas eletrônicos acomode diferentes públicos – atendendo quem precisa apenas de consultas rápidas ou transações pontuais ou clientes que necessitam movimentar grandes quantias diariamente. Uma análise que corrobora esse ponto de vista é a de que, embora o índice de transações Mobile continue crescendo e que isso represente uma consequente diminuição no volume de operações em ATMs, também é notável que os valores movimentados a cada saque ou depósito estão aumentando – somente no ano passado caixas eletrônicos e terminais de pontos de venda movimentaram cerca de R$ 23 bilhões.
O avanço do Open Banking, a massificação cada vez maior do uso de ferramentas digitais, como PIX, e a inclusão de novas funcionalidades no gerenciamento de contas e investimentos com certeza ampliará a necessidade dos bancos de oferecer soluções que integrem dispositivos inteligentes e ATMs, permitindo a construção de sistemas sem toque (touchless) e sem cartão (cardless). É preciso que o caixa eletrônico representa uma facilidade extra à disposição dos clientes. Um componente que permita a real integração dos canais de atendimento dos serviços bancários, otimizando a segurança, a assertividade e a confiança das pessoas. É a integação do físico com o digital.
Não há como descolar a inovação dos ATMs das características culturais de cada local. Por mais que a digitalização econômica esteja em curso, é bastante provável que o papel-moeda permanecerá relevante por um longo tempo. Paralelo a isso, é função da indústria fazer com as vontades e necessidades das pessoas sejam atendidas. E isso explica a grande transformação que temos acompanhado, elevando o ATM a um novo patamar, como uma agência bancária completa e sempre disponível para os clientes.
Assessoria de Imprensa
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