Há dois anos, durante o Congresso Brasileiro do Agronegócio, uma iniciativa da Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG), em parceria com a B3 – A Bolsa do Brasil, o presidente do Conselho Diretor da entidade, Marcello Brito, afirmou a necessidade de o setor privado participar mais ativamente da questão do desmatamento ilegal na Amazônia, a fim de se alcançar resultados efetivos no combate à criminalidade. A lembrança dessa afirmação foi feita por Caio Carvalho, diretor da associação, na live O setor privado Brasileiro na ação climática, promovida pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura e pelo Jornal Valor Econômico, nesta segunda-feira, dia 28 de junho.
De acordo com Carvalho, nesse período, a evolução foi mínima, o que denota a necessidade de mudar completamente o modelo atual. Para ele, o governo precisa reconhecer que não consegue realizar todas as ações necessárias para fiscalização e combate das ilegalidades na região amazônica. “O setor privado pode contribuir e ajudar o governo para resolver essa questão. Caso contrário, a imagem do Brasil continuará se deteriorando”, disse.
O CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, ponderou que esse é um desafio de toda a sociedade, mas as empresas podem adotar algumas ações estratégicas, como o uso de tecnologia, para combater a ilegalidade e preservar os biomas naturais. A companhia, por exemplo, construiu uma tecnologia de blockchain, engajando seu fornecedor a conceder informações sobre seus fornecedores, a fim de auxiliar aqueles que não têm ainda o padrão estabelecido pela marca global a se enquadrarem. “Vamos criar condições para que ele se faça essa transição e se adeque à política de compra responsável, ao longo do tempo”, afirmou.
Para a sócia da Mauá Capital, Carolina da Costa, a questão da cadeia de suprimentos é primordial quando se fala de ESG e de mudanças climáticas, pois as pequenas e médias propriedades rurais não tem acesso ao crédito, à tecnologia e à assistência técnica. A seu ver, as grandes empresas precisam adotar um modelo econômico completo, com um olhar sistêmico e com métricas claras, desenvolvendo uma relação de confiança com seus fornecedores, com contratos de maior prazo, investimento em assistência técnica, a fim de que o aporte de recursos feito pela companhia em sua cadeia de valor tenha resultado em termos de preservação ambiental. “Ele precisa ver o benefício do ativo”.
Em relação à COP26, que ocorrerá em novembro, no Reino Unido, o diretor-geral da Klabin, Cristiano Teixeira, antecipou que a expectativa das reuniões é evoluir no acordo para a formatação de um mercado regular de carbono. A Klabin é integrante do grupo formado por dez executivos da iniciativa privada – o COP26 Business Leaders. Segundo o executivo, essa comissão apoia os governos e procura engajar o setor privado para que, de fato, o maior número de empresas possível possa aderir às ações de descarbonização da economia, baseado e regulamentado pela ciência.
Mediada por Brito e pelo editor de Agronegócio do Valor Econômico, Fernando Lopes, a live O setor privado Brasileiro na ação climática também trouxe a avaliação sobre a importância do trabalho realizado pelas cooperativas para o desenvolvimento das cadeias de suprimentos. “O que funciona são estruturas já montadas que tenham legitimidade. E, nas cooperativas, isso é comprovado”, avaliou Carvalho, que ainda ressaltou a importância do RenovaBio para a inserção de uma logística da sustentabilidade relacionada ao carbono.
Assessoria de Imprensa
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