As capacitações são feitas internamente ou mediante parcerias com Senai e outras empresas
O ingresso no setor ferroviário ocorre a partir do cargo de trainee operacional. E ainda não existem formações no mercado que garantam essa capacitação. Diante disso, a VLI – companhia de soluções logísticas que opera terminais, ferrovias e portos – trabalha há 10 anos em processos internos de formação e preparação de sua mão de obra. Um eletricista, por exemplo, ao entrar para a empresa, já tem o curso específico de sua área. E, internamente, é capacitado para ser eletricista de locomotiva.
Segundo a supervisora de Atração e Seleção da VLI, Kenya Consceição, a formação dos profissionais, principalmente das áreas operacionais, é feita pelas próprias empresas. “O ofício é ensinado dentro da própria empresa. Quando temos, por exemplo, um curso junto ao Senai de operador de manobra, oferecemos até mesmo instrutores para auxiliar na capacitação”, explica.
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Um ferroviário no pátio, aprende a manobrar um trem, o funcionamento da parte operacional, até fazer o curso de formação específica, com as horas exigidas, para guiar a locomotiva. “Para cada uma das etapas, existe o cumprimento de uma carga horária. Então, é preciso investimento da empresa”, afirma Kenya.
Em 2019 foi desenvolvido um curso técnico voltado para manutenção de via permanente, também em parceria com o Senai. Como resultado, 44 empregados se formam esse ano. Além da universidade corporativa, que recebe investimentos anuais, são firmadas parcerias com empresas para que os cursos sejam ministrados. “O foco é o desenvolvimento interno dos empregados”, pontua a supervisora.
Paixão pela ferrovia
Vale lembrar que a carreira de ferroviário não se restringe ao maquinista. Todas as funções desempenhadas na companhia, sejam elas administrativas ou operacionais, são relevantes para que o funcionamento do setor. E muitas dessas carreiras se traduzem na realização de sonhos e paixão pela ferrovia.
Max Willian Nepomuceno da Silva, de 35 anos, é técnico em Eletroeletrônica Especializado e está na VLI há dois anos e nove meses. A ferrovia faz parte da vida dele. Ele conta que nunca se esquecerá dos passeios de trem com os pais na Estrada de Ferro de Vitória a Minas. “Desde criança tenho contato com a ferrovia e esse desejo foi motivado por meus pais. Minha história no setor começa em 2008, quando tive a oportunidade de ser trainee em outra empresa do ramo. Depois, tive algumas experiências fora do setor ferroviário, mas isso não me trouxe satisfação profissional. Retornar aos trilhos foi um divisor de águas em minha vida, afinal, a ferrovia carrega a história de nosso país”.
Max Willian afirma que o mercado ferroviário vem crescendo no Brasil devido à demanda do mercado interno, impulsionado pelo desenvolvimento dos setores agrícola e siderúrgico. “Temos que fazer a diferença, ou seja, transporte com agilidade e eficiência, além de buscar qualificação, que é um diferencial para o nosso segmento”, finaliza.
Orgulho
Seu colega, Maxwel Filardencio Saturnino, de 38, é técnico em Eletroeletrônica II da VLI, há dois anos e seis meses, também na capital mineira. Desde criança decidiu seguir carreira no setor ferroviário, pois o avô dele e os tios atuavam nessa área. “Sempre sonhei em ser ferroviário. Uma coisa que me marcou foi o abraço do meu avô me dando parabéns. Estava orgulhoso e, antes de ele falecer, conversávamos muito sobre a ferrovia. Ele me deu muitos conselhos e hoje sou o profissional que sou em homenagem a ele”, recorda.
Ele é responsável pelo sistema de sinalização que faz a segurança operacional na circulação dos trens, inclusive do trem de passageiros que circula no trecho do ramal de BH. “Eu me sinto privilegiado por fazer parte desse time da ‘eletro’, pois amo meu trabalho e faço com muita dedicação e responsabilidade. Nunca devemos achar que já aprendemos tudo. A cada dia temos a oportunidade de aprender algo novo”, aconselha.
Assessoria de Imprensa
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