A ABIMAPI (Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados) divulga as informações do desempenho do setor, referentes ao ano de 2020. O levantamento realizado pela consultoria Nielsen, apontou que juntos, os segmentos movimentaram R$ 40,5 bilhões, 9% acima do valor do faturamento alcançado em 2019 (R$ 37,1 bilhões) e 3,5 milhões de toneladas em volume de vendas, 6% a mais que o ano anterior (3,3 milhões de toneladas).
Apesar da chegada da pandemia, a constante alta do dólar e a instabilidade política, a alta do consumo das categorias se manteve firme durante 2020. A liberação das parcelas do auxílio emergencial pelo governo federal foi determinante para as vendas do setor, com os consumidores adaptando o orçamento apertado às necessidades básicas.
O resultado foi impulsionado principalmente pelo primeiro semestre de 2020. Só no 1º quadrimestre do ano passado, os segmentos movimentaram R$ 9,6 bilhões, 5% acima do valor alcançado no mesmo período do ano anterior (R$ 9,1 bilhões).
“Entre março e abril os carrinhos ficaram mais cheios. As pessoas estocaram comida com medo do desabastecimento e passaram a fazer o maior número de refeições em casa, em virtude das medidas de distanciamento social para controle da covid-19.”, observa Claudio Zanão, presidente-executivo da ABIMAPI.
Para este ano, o fator que deve ser determinante para o crescimento contínuo das vendas de derivados de trigo é a prorrogação do programa Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda do governo federal.
Outro ponto é a aceleração da alta do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e a dificuldade financeira das empresas que fizeram com que um quarto dos reajustes salariais em 2020 ficasse abaixo da inflação.
“Em 2021, o INPC continua elevado o que fará com que busquemos novas estratégias de negociação juntamente com as entidades laborais, sempre com foco na manutenção de emprego e renda do setor”, avalia Zanão.
“A expectativa é alcançar um crescimento de 3% a 5% em faturamento em 2021 das categorias ABIMAPI. Mesmo com o afrouxamento gradual das medidas de distanciamento social, as pessoas ainda se sentem inseguras para retornar ao consumo fora do lar, além disso, os produtos da categoria são relativamente baratos, pertencentes à cesta básica de alimentação e a população está menos capitalizada, revisando as suas prioridades de consumo”, destaca Zanão.
Biscoitos
A indústria de biscoitos atingiu R$ 20 bilhões e 1,5 milhão de toneladas de produtos, aumento de 6% em faturamento e 2% em volume de vendas na comparação com 2019 (R$ 18,9 bilhões e 1,49 milhão de toneladas), respectivamente.
“Apesar da categoria registrarem um crescimento significativo, com a pandemia perdemos ocasiões de consumo essenciais. As escolas, por exemplo, foram fechadas e com isso as lancheiras ficaram vazias. O expediente nos escritórios também era um momento de destaque para os biscoitos e estabelecimentos sem funcionar, como bombonieres (um dos principais canal de compra), também afetou o volume de vendas”, explica Claudio Zanão.
Massas Alimentícias
O setor de massas alimentícias registrou aumento de 14% em faturamento e 6% em volume de vendas, quando comparados com os valores de 2019 (R$ 9,8 bilhões e 1,2 milhão de toneladas), atingindo R$ 11,2 bilhões e 1,3 milhão de toneladas (em 2020), respectivamente.
“A atuação foi impulsionada sobretudo pelo hábito de cozinhar em casa, que passou a ser uma atividade mais frequente. O macarrão além de ser nutritivo com opções de formatos e combinações de molhos, é um alimento de rápido preparo, econômico e acessível ao ‘bolso’ da grande maioria das famílias do país”, destaca Zanão.
Pães & Bolos Industrializados
Em 2020, as indústrias de pães movimentaram um total de R$ 9,2 bilhões – receita 11% a mais que em 2019 (R$ 8,3 bilhões e 584 mil toneladas) – resultante da venda de 652 mil toneladas de produtos, com crescimento de 12%.
“Evitar aglomerações e ficar em casa era e ainda é essencial no combate a pandemia, neste sentido, os pães e bolos industrializados se destacaram pela praticidade e prazo de validade dos produtos, que acabou se tornando fator determinante, impulsionado pelos canais de compra: super e hipermercados, estabelecimentos que se mantiveram abertos”, finaliza Claudio Zanão.
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