O Brasil tem feito progressos nessa prática, mas ainda há muito a ser feito pelos cidadãos em parceria com as empresas
Recentemente, o Brasil tem registrado progressos em relação à logística reversa. Na última semana, a Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (ABREE) comemorou a inauguração de centrais de logística reversa em capitais de 24 estados e no Distrito Federal. Além disso, no início deste ano, o governo federal editou o Decreto nº 10.936, que desburocratiza procedimentos na Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), instituída pela Lei Federal nº 12.305, em 2010.
Em termos objetivos, logística reversa é o fluxo pelo qual produtos, embalagens e outros resíduos sólidos saem das mãos do consumidor final e retornam ao seu local de origem: a indústria. “Ou seja, ela vai da coleta até a devolução dos resíduos ao setor empresarial. Por meio dela, é possível realizar, por exemplo, as etapas de reaproveitamento e remanufatura dos produtos, proposta pela Economia Circular”, explica o Dr. Edson Grandisoli, coordenador pedagógico do Movimento Circular. ”Para que todo recurso que já está em circulação seja reaproveitado e transformado, com o objetivo de reduzir a produção de lixo e a poluição no planeta, é necessário que haja novos comportamentos individuais e coletivos, e da adoção de processos como a reutilização, a reciclagem e a remanufatura dos produtos. Para que isso aconteça, um dos mecanismos fundamentais é a logística reversa”.
De acordo com a Política Nacional de Meio Ambiente (PNMA), poucos produtos estão sujeitos à logística reversa no país. São eles: produtos eletroeletrônicos, pneus inservíveis, pilhas e baterias, óleo lubrificante, lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio de luz mista, agrotóxicos vencidos e suas embalagens. Através do último decreto federal, foram incluídos também os medicamentos vencidos ou em desuso.
No entanto, para que realmente funcionem as políticas de logística reversa, é necessário o engajamento de diversos setores. “Não se trata de um processo que está nas mãos de apenas um responsável, como uma empresa, cooperativa ou ONG, mas precisa contar com a participação de todos os setores envolvidos na produção, no consumo e na gestão dos resíduos”, aponta Grandisoli.
Os cidadãos podem contribuir nesses processos, mas para isso devem ter acesso às informações sobre os procedimentos. “Consumidores precisam descartar em local correto os resíduos provenientes dos produtos que utilizam; comerciantes devem facilitar o acesso a um local adequado de devolução dos produtos; indústrias devem recolher os resíduos descartados para reutilizá-los ou remanufaturá-los em forma de novos produtos”, comenta o especialista. “Já o poder público deve colaborar na conscientização, na fiscalização de cada etapa e na criação de políticas públicas e linhas de financiamento que incentivem a adoção dessas práticas”.
Para saber mais sobre como adotar novos hábitos e colaborar com o reaproveitamento dos produtos, reduzindo seu impacto no meio ambiente, confira o curso “Introdução à Economia Circular”. O conteúdo online e gratuito apresenta alternativas que podem ser aplicadas por qualquer pessoa no dia a dia, por meio de diferentes maneiras de reduzir e mudar a rotina de consumo e a maneira de lidar com os resíduos produzidos. Para acessar, basta fazer um breve cadastro no site academy.movimentocircular.io .
“As atividades do curso dialogam diretamente com os principais Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU)”, afirma Grandisoli. “A mudança de hábitos de instituições, pessoas e empresas, em parceria, é capaz de fazer uma grande diferença”, conclui.
Assessoria de Imprensa
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