Empresa paulista inicia mudança de foco para o transporte mais sustentável; ciclo de investimento em diversas ações de sustentabilidade chega a R$ 50 milhões
Entrevista com Gustavo Maroni ao final do texto
São Paulo, junho de 2021 – A TransMaroni chega a 50 caminhões movidos a gás (natural e/ou biometano) da Scania e entra para a história do transporte nacional com a maior frota já adquirida desta solução alternativa ao diesel. Com isso, a transportadora inicia um novo posicionamento que traz a sustentabilidade como prioridade, e conclui um ciclo de investimento na ordem de R$ 50 milhões, em várias ações neste campo e não apenas relativas a esta compra. A Scania, que lidera a transição para um sistema de transporte mais sustentável, atinge a marca de 150 caminhões com esta tecnologia desde o início das vendas em outubro de 2019.
A TransMaroni adquiriu as primeiras 11 unidades em outubro de 2020. Com o desempenho do produto e a visibilidade gerada por novos negócios, resolveu comprar outros lotes menores a partir de novembro até, recentemente, nas últimas semanas de maio, e somou mais 39 unidades encomendadas. No total, chegou ao histórico volume de 50 veículos. A maior parte já havia entrado na programação de produção de 2021 e as unidades mais recentes estão tendo o prazo de entrega negociado. Os veículos serão usados nos segmentos alimentício, varejo, higiene e limpeza, cosméticos e e-commerce em diversos estados brasileiros. Parte já tem contratos com B2W, Carrefour, Grupo Big, JBS, L´Oréal, Nestlé e Unilever.
“No início das vendas deste pioneiro produto da Scania, eram os embarcadores que estavam orientando as empresas que transferem suas cargas a buscar esta solução alternativa ao diesel. Ou seja, as grandes marcas que têm a sustentabilidade como meta e reconhecem a importância de reduzir os impactos das atividades logísticas, contribuindo para as próprias metas relacionadas a ESG (Environmental, Social and Governance)”, afirma Silvio Munhoz, diretor de Vendas de Soluções da Scania no Brasil. “Esse cenário vem mudando. Os próprios transportadores estão buscando adotar práticas mais sustentáveis e nos procuram cada vez mais, ou seja, este é o movimento que passa a se tornar o normal. A TransMaroni é um grande exemplo desta mudança quando compra esta frota histórica e passa a oferecer ao mercado sem, necessariamente, já ter um contrato de frete”, completa Munhoz. Na sustentabilidade, a Scania tem um planejamento fundamentado nos pilares da eficiência energética, transporte inteligente e seguro e combustíveis alternativos e eletrificação. Além da conectividade que torna a gestão do cliente mais completa, com frotas eficientes e reduzindo custos e emissões de poluentes.
“É uma grande satisfação termos a maior frota de caminhões movidos a gás do Brasil. A TransMaroni vem passando por mudanças estratégicas ao longo destes últimos anos, o transporte de cargas também, e recentemente a sociedade em razão da pandemia. Todos somos responsáveis por melhorar o planeta. Com a frota a gás estamos e vamos entregar um frete com menor impacto, para tornar o mundo melhor. Acreditamos muito nesta filosofia. É um jeito novo de abordagem com nossos clientes”, diz Gustavo Maroni, diretor operacional da TransMaroni Transportes.
“Compramos esta quantidade por reconhecer que um frete que abre caminhos para a descarbonização tem um valor agregado maior para nossos clientes. Embarcadores que sabem o benefício da sustentabilidade fazem com que este tipo de frete seja melhor remunerado direta ou indiretamente. Por exemplo, contrato fixo de transporte por um período mais longo ou vantagens de prioridade na logística de embarque e desembarque muito mais rápido, o que é uma redução de custos. Há várias formas de reconhecimento”, comenta Maroni.
“Este ciclo de R$ 50 milhões engloba nossas recentes ações em sustentabilidade, não apenas o valor dos caminhões e implementos. Estamos investindo em logística reversa, projetos de reciclagem, melhor aproveitamento de resíduos, treinamentos de colaboradores, dentre outros. Além disso, para compensar as emissões de nossos caminhões temos uma parceria com a SOS Mata Atlântica, pela qual já plantamos 14 mil mudas em São Paulo”, conta Maroni. “Mas, ainda temos muitos desafios com a distribuição do gás natural e do biometano no país”.
“Conforme as empresas puxam a transição a um sistema mais sustentável, mais atores se juntam nesta jornada para que toda a cadeia possa se mover unida”, reconhece Munhoz. “Estamos ajudando a viabilizar cada vez mais a solução ao transportador em suas necessidades. Prova disso, é que acabamos de anunciar uma parceria com a Comgás. A cada avanço vão diminuindo os gargalos da distribuição do gás”.
Scania e Comgás, a maior distribuidora de gás natural do país, firmaram ações conjuntas para acelerar e potencializar o desenvolvimento do mercado de gás natural veicular (GNV) e biometano. A Comgás está investindo na ampliação da rede de dutos em polos estratégicos onde há uma demanda iminente por gás natural. Serão mapeados corredores e rotas logísticas para aumentar o número de pontos de abastecimento de gás natural e biometano no Estado de São Paulo. O plano ainda contempla a avaliação para instalação de postos de abastecimento em garagens de frotistas e/ou operadores de ônibus. A Comgás tem como meta futura inserir o biometano em sua rede de dutos, uma fonte energética com quase zero emissão de CO2, nos moldes do que ocorre há vários anos em países da Europa.
Seguros e viáveis
Os inéditos caminhões pesados Scania movidos a gás (natural e/ou biometano) são vocacionados para médias e longas distâncias. Seus motores são Ciclo Otto (o mesmo conceito dos automóveis) e movidos 100% a gás natural e/ou biometano, ou mistura de ambos. Os motores não são convertidos do diesel para o gás, têm garantia de fábrica, tecnologia confiável e segura, com desempenho consistente e força semelhante ao caminhão a diesel. Além de serem mais silenciosos.
A segurança é total em caso de acidentes ou explosão. Os cilindros e válvulas são certificados pelo Inmetro (em conformidade com a lei). São três válvulas (vazão, pressão e temperatura) que liberam o gás em caso de anomalia em um destes três quesitos. Os cilindros são extremamente robustos (o material é de ogivas de mísseis). Em caso de incêndio ou batida o gás é liberado para a atmosfera e se dissolve sem perigo de explosão ao contrário de um veículo similar abastecido a diesel que é mais perigoso, pois o líquido fica no chão ou em cima do caminhão.
Entrevista com Gustavo Maroni, diretor operacional da TransMaroni Transportes.
Qual a importância desta compra histórica para a TransMaroni?
R. A TransMaroni vem passando por mudanças estratégias ao longo destes últimos anos, o transporte de cargas também, e nos últimos meses a sociedade. Todos somos responsáveis por melhorar o planeta. Com a frota a gás (natural e/ou biometano) estamos e vamos entregar um frete mais limpo, para tornar o mundo melhor. Acreditamos muito nesta filosofia. Sairmos na vanguarda nos traz a certeza que vamos colher muitos frutos lá na frente. Nosso movimento vai trazer outras empresas. O transporte não pode ser mais feito sem colocar a sustentabilidade dentre suas prioridades.
O que mudou na empresa desde a aquisição dos primeiros caminhões a gás?
R. Mudou muito. Nossa visão do mercado se expandiu. Desde as primeiras aquisições, fomos amadurecendo internamente e com nossos clientes, e entendendo cada vez mais este novo mercado de caminhões a gás. Estamos debatendo constantemente com nossos colaboradores e clientes melhores soluções em nossos segmentos de atuação. São muitas empresas envolvidas nesta cadeia, especialmente, na distribuição do gás. Aliás a distribuição do gás é uma das pontas que precisam se desenvolver bastante ainda. Mas, seguimos confiantes nos avanços. Por isso, estamos conversando com várias empresas de distribuição.
Como tem sido a reação dos clientes com a frota mais sustentável?
R. Muito positiva. Outros embarcadores estão começando agora e outros nos dizem que se planejam para os próximos meses e anos. Alguns temas ainda estão sendo resolvidos para que esta solução se torne cada vez mais viável. É uma situação normal do mercado e que vai se assentando ao longo dos tempos. Estamos acreditando neste negócio, sair na frente vai nos trazer muitos benefícios.
Quais os perfis dos clientes que estão pedindo esses caminhões?
R. Por enquanto são as grandes companhias de cada segmento que atuamos, as que têm capital aberto e uma política mais madura de ESG. Maioria multinacionais, pois nas matrizes o ESG tem um apelo muito forte. Mas, as menores também nos procuram. O mercado tem bastante potencial.
Como tem sido a performance dos caminhões?
R. Estão indo muito bem, são mais silenciosos e os motoristas gostam muito disso. O desempenho com relação ao diesel está muito bom.
Onde vão rodar?
R. Por enquanto, em cinco estados: São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Espírito Santo e Santa Catarina, que são rotas onde já há infraestrutura para o gás. Quanto mais investimentos em infraestrutura para aumentar a rede de abastecimento, melhor, pois também teremos condições de colocar caminhões atendendo a outras localidades.
Assessoria de Imprensa
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